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Avanços

PRECISAMOS DEFENDER AS CONQUISTAS DA GREVE

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Começamos o ano em luta. Diante da notória desvalorização dos profissionais da educação pública básica do estado do Piauí, fomos - a categoria - chamados à greve. Não foi uma greve voluntarista (quando se acredita que a vontade individual produzirá “transformações atmosféricas” segundo a vontade de cada um). Antes de chegar a greve propriamente dita foi travado debate, foi medido, pensado, foi uma decisão coletiva que dialeticamente convocou todos e todas â greve.

Uma vez em greve, furamos uma couraça bruta: Iniciamos a negociação que a muitos anos desejávamos, mas o lado de lá dos interesses não havia aceitado o desafio com a vontade necessária ainda. Se fazia necessário resolver, no mínimo, questões introdutórias da nossa longa e histórica lista de reivindicações.

O estica e puxa natural dessas negociações seguiu. Alguns colegas pararam as atividades escolares plenamente, outros não conseguiram. Os substitutos (precarizados em direitos e salários) foram sobrecarregados. Equipes gestoras executam acrobacias administrativas para praticar a solidariedade com os colegas grevistas apesar da pressão dos superiores imediatos pedindo listas de grevistas e etc. Em casa, mães e pais torciam pelo fim da greve para que a regularidade da escola, com ela as refeições, práticas esportivas, salas de AEE e o ensino em si voltasse logo a normalidade Alunos, jovens de olhos brilhantes de esperança e empatia, se envolveram e até se expuseram revelando empatia, generosidade e espírito cívico.

A jornada não foi longa, mas foi intensa! E teve resultado. Já se materializa na ALEPI o aumento e as promoções de carreira (mais de 3 mil) já vão aparecer. O Plano de Carreira terá uma clara proposta de reformulação na ALEPI ainda esse semestre, dando um ponto de partida para outra jornada de negociações. O concurso público para professores já está no forno - única medida possível para garantir aos nossos professores substitutos a chance de conquistar uma estabilidade profissional.

Enfim, valeu a pena? Aqui me permitam a elegância da poesia do gigante portugues Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

Um ou outro por aí não compreende como eu! Os respeito. E desejo que suas almas voltem a crescer. Mas, aproveito para lembrar ao leitor desta que trabalhar no sentido de desacreditar a luta e seus resultados é fazer o jogo do patrão. É sabotar o coletivo em nome de interesses que não são o da coletividade.

IMPORTANTE: Não estamos perto de conquistar tudo que sonhamos como profissionais da educação com ideais e propósitos transformadores. Mas em tempos tão estranhos como o que vivemos cada camada de conquista deve ser defendida para receber outra camada de conquista que receberá outras mais. Tantas quantas forem possíveis e necessárias para de alguma forma melhorar a vida.

Agora vamos vigiar, zelar e manter a pressão para que os resultados da greve se consolidem.

Professor Elton Arruda

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